Presépio ao Vivo
Numa destas frias noites, fomos encontrar um Presépio ao Vivo numa das fabulosas rotundas da nossa querida Vila da Lousã. Imaginem só quem eram eles.
“Menino Jesus” – Luís Antunes
“José” – Fernando Carvalho
“Maria” – Maria do Rosário
“Pastores 1 e 2”* – Jorge Alves e João Melo
“Burro”* - Pedro Curvelo
“Vaca”* – Filipe Soares
* Que não haja más interpretações, mas tínhamos completar todos os figurantes.
Só faltavam os Reis Magos…
Sem que dessem pela nossa presença, aproximamo-nos para ouvir o que diziam.
Menino Jesus: Esta de estar apenas em cuecas ainda me vai fazer apanhar uma pneumonia. E o berço que me deram tem as pernas muito frágeis. Ainda caio.
José: Cala-te. Ainda não consegui perceber como me meti nisto. Com esta idade e eu fazer de pai. E ainda por cima, nem meu filho és.
Maria: José, não se enerve. É por uma boa causa. Não discutam que me dói a cabeça.
Burro: Eu, só alinho nisto porque vocês me pediram. Não quero que os lousanenses pensem que sou sempre do contra. Aliás, eu já tinha escrito no Trevim, o de baixo, que se devia fazer um presépio ao vivo. A ideia é minha.
Vaca: Apoiado, ao abrigo do artigo… (não conseguimos perceber).
Pastor 1: Que raio de pastor sou eu, que já nem rebanho tenho? Eu sei o que faria com este cajado...
Pastor 2: Se não tens rebanho, podes vir ajudar-me com o meu que me dá bastante trabalho
Maria: Oh “burro”, também estás a pensar ir para o Trevim, o de baixo, queixares-te que isto de estarmos aqui a fazer um presépio ao vivo, foi ideia tua?
Burro: Tens alguma coisa contra? Pffff… “virgem”!!!… Sempre a queixar-se que não tem experiência nestas andanças.
Vaca: (que estava meia a dormir) Contra? Ouvi dizer contra? Apoiado ao abrigo do artigo… (continuamos a não perceber qual era o artigo).
José: Haja ordem!
Pastores 1 e 2 em uníssono: Eu não disse nada.
Menino Jesus: Tenho frio…
José, virando-se para os pastores: Vocês aí! Arranjem aí algo para tapar este gajo que não pára de se queixar do frio.
Ouvimos dizer “eu sei como é que o tapava”, mas não conseguimos perceber quem tinha sido.
José: Vamos mas é ao que é importante. Como é que é? Então os Reis Magos? Chegam ou não chegam?
Burro: Se tivéssemos a estrada que eu tinha proposto, já cá estariam.
José: Eles já cá estariam, mas é se tivéssemos o Metro Mondego
Maria: Cá para mim, a culpa é daqueles auto-intitulados Louzanjos, que moram Em cima do Trevim. Devem estar a tapar a estrela que lhes indica o caminho para aqui. Estão sempre a contra-atacar.
Vaca: Contra? Ouvi dizer contra? Apoiado ao abrigo do artigo (já estamos a ficar irritados de não conseguir ouvir qual o artigo).
Passaram-se para aí umas duas horas e eis que finalmente chegam os Reis Magos. Ficamos muito curiosos em saber quem eram eles.
Muitos comprimentos e abraços, que a Lousã estava cada vez melhor, etc e tal e os Reis Magos dirigiram-se então ao Menino Jesus. Foi aí que conseguimos ver quem eram eles:
Era o Secretário de Estado das Obras Públicas e trazia a Variante de Foz de Arouce.
Era o Secretário de Estado da Educação e trazia a Escola nova.
Era o Secretário de Estado da Juventude e trazia a Pousada da Juventude.
Menino Jesus: Muito obrigado. Informarei o meu Pai, sobre a vossa bondade.
José: Mas, digam-me uma coisa: porque demoraram tanto?
Rei Mago que ofereceu a Variante de Foz de Arouce: Quando estávamos a sair de Lisboa, um arrumador de carros perguntou-nos para onde íamos e quando lhe respondemos que íamos para a Lousã ele disse-nos que quando chegássemos a Coimbra seria mais rápido chegar à Lousã, seguir em direcção às Torres do Mondego, daqui em direcção à Marmeleira e depois Lousã. Que seriam apenas 12 km de Coimbra até à Lousã. Ora, nem hesitamos. Mas perdemo-nos…
Todos se viraram para o burro que pé ante pé já se estava a ir embora.
Estava na altura de nos retirarmos. Até os Anjos têm frio, apesar de vivermos Em cima do Trevim.
Votos de Boas Festas a todos. Um Feliz Ano Novo
Regressaremos no próximo ano…
se nos deixarem. Parece que há gente das mais variadas origens que nos quer calados.